sábado, 10 de setembro de 2022

Nevoeiro


 Há dias em que a tristeza nos cobre como um manto de nevoeiro… 

Apesar de a meio da tarde ter surgido um pequeno raio de sol… soube-me a pouco.

Era um raio de sol morno e desviante. Parecia que não se dirigia a mim… que saltava por acaso e por hábito sobre a minha cabeça.

Um raio de sol, que do alto da sua arrogância, achava que satisfazia a minha miserável carência de algo mais, que se ria desta pobre pedinte, triste, nevoenta, a preparar-se para desistir da felicidade solar, quase que acomodada aos dias escuros, trôpegos de drogas, à espera de mais nuvens, até talvez de um tornado, quiçá de um dilúvio…

Contudo o pequeno raio de sol trouxe uma réstia de esperança que sendo diminuta, dê para não morrer de fome… para já. Estou convencida de que não haverá melhores dias, mas talvez possam existir momentos sofríveis, a que me possa agarrar para não me dissolver no nevoeiro.

Sempre com uma grande incógnita pela frente -  como será amanhã? Até quando vou aguentar este estado de angústia latente? Não posso consultar a meteorologia. 

Nem há tabelas meteorológicas para aferir do grau de nevoeiro que cobre as mal-amadas. Nem drogas que mudem o tempo, que façam chover ou tragam o sol. 

Apenas a tristeza ou a alegria que cada um consegue encontrar dentro de si - com esforço e coragem - conseguem vencer o nevoeiro. 


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