A casa tem alma se tivermos amor para pôr lá dentro
Há a casa-abrigo e a casa-ninho.
E as diferenças entre uma e outra são tudo, fazem ou desfazem a vida de uma
pessoa e o seu lugar no mundo.
Uma casa pode ter tudo e estar
vazia. Ou estar vazia, pobremente vestida de mobílias e de coisas, mas cheia de
alma.
Há quem não tenha casa o que não
significa que seja sem-abrigo ou viva na rua – são os que se abrigam junto de
amigos, conhecidos, tentando aconchego gratuito ou alugado… porque pouco têm se
seu. Mas têm amor para dar e essa troca de um teto por afeto parece-lhes justa.
Há quem seduza um dono de casa para
ser dona da sua (dele) casa. Porque uma casa é tão útil, dá tanta segurança, dá
tanta riqueza a quem tem pouca sorte e pouco de seu.
Há quem roube, há quem manipule,
há quem se venda, há quem compre ou explore o outro, sorrindo – tudo por uma
casa! Por uma casa-abrigo, por uma casa-conforto, por uma casa-velhice…
Há quem perceba – talvez, tarde
demais – que uma casa não se rouba, nem se conquista. Uma casa constrói-se com
amor, com afeto genuíno, consentido, gratuito e bilateral. Uma casa com alma tem
amor lá dentro, tem bondade, partilha de interesses… é feita de boa-fé, sem
apropriação indevida, sem artifícios.
Uma casa só é ninho, se for legítimo
local de habitação de amor desinteressado…. Se for um lugar a que possamos
chamar de nosso - em exclusividade ou em parceria - mas nosso por direito
próprio, esse que só a alma legitima.
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