Uma vida feliz é apenas uma
corrente … uma sucessão de momentos felizes ou de episódios maioritariamente
felizes, em que os menos agradáveis se diluem no que os outros têm de bom.
Uma vida construída com sabedoria
é preenchida pelos bons momentos, aqueles que nos enchem a alma e nos ocupam os
dias.
O problema das pessoas infelizes
é que procuram a felicidade como se esta fosse um bem absoluto, um produto à
venda no mercado, um objeto que se traz para casa e ali fica para sempre à
nossa disposição.
Quem se preocupa em procurar uma
vida feliz, esquece-se de viver os momentos felizes.
E se desperdiçamos as alegrias e
os afetos que cada dia nos pode dar, se não vivemos os momentos felizes … a
vida feliz passa-nos ao lado.
A felicidade não existe … o que
existe são momentos felizes, para aqueles que os conseguem reconhecer na altura
certa e os vivem com a intensidade que merecem.
Sabedoria é aprender a gozar o
momento presente e, também, saber viver o prazer da espera. Ou seja, antecipar
com alegria os encontros ou episódios que agendámos como potencialmente
gratificantes, viver o antes o durante e o depois … para que os momentos
felizes estiquem e se transformem, o mais possível, na tal corrente de
felicidade.
Pessoalmente, ainda me falta
muito para aprender tudo isto. Tenho de me esforçar mais por olhar para o dia
de hoje e para usufruir da felicidade do momento, tirando partido das coisas
simples e boas: uma mensagem a quem se quer bem, um telefonema mais longo com
alguém com quem se partilham intimidades, um chazinho com um amigo(a), um bom
livro, um momento de meditação a sós junto ao mar, sonhar com tudo aquilo que
julgamos impossível etc… fazendo por esquecer que a felicidade maior pode não
nos estar destinada.
E o que fazer com os momentos
infelizes que sempre surgem? E o que fazer quando a nossa possível “felicidade”
colide com a dos outros? A resposta é uma ginástica difícil para quem sempre se
habituou a resistir e a pouco exigir da vida para si mesma.
Ainda estou a aprender a ter
calma, a viver sem pressa, a ficar em meditação e em expetativa, a pensar
também em mim…e não apenas no impacto das minhas atitudes nos outros.
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