Uma coisa eu vou tentar fazer, com muita força: que não sejam INVERTIDAS como as férias do ano passado, tal como escrevi no post de agosto de 2023.
De abril a outubro passados, construí e desconstruí, numa base de programação ativa e feliz, um plano de férias. Programação que envolvia cedências e acertos de datas entre muitos, soluções partilhadas com alegria, decididas e acordadas a bem, com mapas desenhados, roteiros estudados e confirmados...
Até houve hoteis marcados e desmarcados (um já não devolveu a reserva), mas os planos que pareciam "firmes" e consensuais, foram paulatinamente falhando, os destinos caindo uns atrás de outros, invertida a marcha porque outras marchantes encontram melhores rumos.
Decididamente, não tenho jeito para agência de viagens.
E quanto a companhias, as desilusões foram várias, as faltas de respeito (da própria familia), as diferenças "culturais" desagradáveis... podem simplesmente resultar numa transmutação de dondoca em faxineira... Tão fácil!
E as melhores das intenções viram chatices, férias que não programei, não desejei e não foram boas para ninguém. Tudo um frete. Um cabaz de fretes! Férias ou são boas ou é melhor desistir.
Este ano vou desistir de encantar os outros - aqueles de quem gosto - vou capacitar-me de que não sou capaz de lhes dar o prazer da minha maravilhosa companhia, num destino espampanante!
Não vou fazer absolutamente nada para inventar uma viagem entusiasmente e gratificante para esta Primavera/Verão, para mim e para quem eu gostava de ter próximo. O que tiver que acontecer, acontece.
Se alguém, me desafiar, eu vou...
Se não, fico na cama o dia todo... talvez saia à rua para ver o sol ou tomar um café e voltarei rapidadamente para casa, para esquecer... não pensar em férias, não lembrar que haverá gente na praia, no campo, a sorrir ao sol, a dar beijos ao luar... e ser feliz. Coisas, que por motivos a que sou alheia, me é vedado.
Mas uma coisa é certa, decidi mesmo que não vou passar metade do ano em ânsias, sempre sem saber que viagem vou fazer, que tempos, que destinos e que desejos alheios me saem em sorte.
Vou sentar-me e esperar que a vida passe...
Talvez o tempo parado, de espera incógnita, me surpreenda e me leve na onda das pessoas humanas (que sorte!)... ou talvez não.
Talvez eu seja apenas uma pessoa sub-humana.
Amigos dificilmente me querem para férias, sou má agente de viagens. Só tenho ideias triviais e não encontro lugares recônditos, espetaculares, originais, interessantes, simples, baratos, acolhedores e/ou com paisagens românticas...
Julgo que talvez fosse capaz de encontrar locais com graça, mas será que a minha companhia tornaria o mais belo destino num monte de m... , em algo de sensaborão?
O defeito só pode ser meu. Estou disposta a ir a qualquer sítio, desde que a companhia seja agradável e não seja empurrada para o lixo das ultimas opções - dos produtos não vendáveis da pior das agências...
Só peço aos céus que me conceda o dom da Inveja e o dom da Persuasão, para me vingar de quem faz melhor, de quem saber organizar uma bela viagem de férias e consegue persuadir o/a parceira de que o melhor destino é aquele, de que melhor companhia de viagem é a sua e que sobrevoam em enlevo apaixonado e aventuroso a nuvem de um mundo de encanto único e original.
Um mundo de intimidade, ilusão e paz… em movimento.
Porque o melhor do mundo são as pessoas e logo a seguir as viagens, a busca e a descoberta do próprio mundo na sua diversidade.
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