domingo, 16 de dezembro de 2018

Um Inverno em Paz


Invernoempaz é um conceito. 

Um inverno em paz é um acontecimento real.

Um inverno em paz passou a ser o meu lema! 

Decidi viver o presente, ou pelo menos estou a tentar… Faço por aproveitar o que a vida me dá, um dia de cada vez, saboreando as coisas boas, ficando no prazer da espera de outras talvez melhores…
E no momento presente – o único que importa e existe  por acaso, é Inverno.
Calhou. Podia ter decidido isto no Verão…mas não. 
Coincidência… o que se passa é que é Inverno e eu estou cá, estou dentro dele, quer queira quer não. Por isso, só me resta assumir que estou no Inverno e que por ora é aqui o meu lugar, o meu ninho, o espaço que hoje me é dado para ser feliz. E é neste mesmo Inverno que eu penso, digo em voz alta baixinho para mim mesma: quero paz…
Foi um fim-de-semana de paz. Mais um marco na firme disposição de ter uma vida mais calma, descontraída, sem angústias, medos e inseguranças. Ali no Alentejo extra-lugar… onde extra-terrestres são gente que não existe, não se vê… eu fico em paz, comigo e com os outros. Os fantasmas, que tantas vezes me habitam, saem todos na paragem da camioneta em Évora.
Daí em diante é tudo irreal e verde, porque é Inverno, porque choveu e eu estou em paz.
Ás vezes, as camionetas, no seu vaivém de ir e vir, não levam tudo de volta e deixam resíduos e tempestades, pequenos gravetos largados no meu caminho de paz, um turbilhão visualizado… por dentro…por dentro onde tudo acontece…mas depois lá me esforço e olho pela janela. Lá fora tudo é grande e nada me fará mal. Se dentro de casa me voltar a esbarrar nos despojos de merda, que podem contaminar a minha paz… eu posso abri a porta e sair pelos campos, há uma estrada infinita que me levará a algum lugar, muito espaço a percorrer, talvez se começar a correr lhe ganhe o vício e continue sem parar, sem olhar para trás.
Andar, andar… em frente… fugir sem destino como o Forest Gump é uma imagem tentadora (mas pouco prática). Apeteceu-me fugir por um momento, durante o fim-de-semana que afinal foi de paz.  Num momento difícil, olhei pela janela, senti o impulso de partir, estrada fora e calculei o tempo que demoraria até nem sei onde. Mas respirei fundo e pensei – aqui e agora, no momento presente que é o único que importa, eu estou bem… logo devo continuar assim, aqui. Deixar de pensar na migalha passada que me perturbou, esquecer as palavras e os atos passageiros que me magoaram, já eram passado quando digeri o que ouvi, no minuto seguinte tudo o que incomodou… já era. Logo não importa mais…passou, esqueceu… E o futuro assusta? Quanto a esta migalha de fanico, não me parece que venha a ter consequências. Por isso, esqueci e parti em frente… porque eu quero mesmo e vou conseguir um Inverno em paz.


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