Belíssimo!
Um homem … para olhar, para sentir com os olhos o que a carne pressente.
Gosto deste homem, feito metal verde, frio, duro, resistente, fiável.
Não tem carne nem pelo, não corre o risco de se desintegrar, a carne dissolver-se por exaustão, paixão ou rotina … adormecendo. Não explode, não voa.
Contudo, é um homem… e bastante sexy. Abre a fantasia a pensamentos coloridos…
Talvez lhe falte apenas os olhos verdes percustrantes do médico que hoje me apalpou as mamas, profissionalmente, claro. E diga-se, com todo o respeito, no exercício normal da sua função de radiologista , por uso na ecografia de rotina.
No fundo um homem quadrado de ferro esverdeado tão humano e apetitoso como o da imagem e, na prática, quase igual àquele mais “mole” e sedoso - que nos cabe em sorte, num dado momento numa dada hora da vida - não é mais do aquilo de que se precisa… talvez só lhe acrescentasse apenas os olhos humanos e verdes.
O amor é construção e fantasia, o império dos sentidos na versão abstrata prefere a arte pura de um escultura excepcional… o clamor na carne contudo talvez esteja mais confortável no sofá macio de um homem mais redondo, mais carnal e não metálico.
Trocar conforto por liberdade! Foi essa a minha opção recente!
Esta peça abstrata e limpa, encarna sem carne, a ideia imaginária e longínqua do ideal de perfeição e pureza que só a arte nos pode dar.
Um homem perfeito e sensual que o risco depurado de fantasia, apurou e gravou no gesso e no metal (acrílico, talvez) do artista, até ao limite do possível. Capaz de fazer o percurso do figurativo ao abstrato, com absoluta genialidade de traços.
Uma noite com este homem verde que Dorita Castelo Branco criou… criou para encher a solidão, para dar à noite vazia um torpor de desejo e de erotismo. Que a arte eleva até onde a mente nos permite ir. Obrigada Dorita !
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