Há ventos que são arrasantes e nos levam tudo. Ventos que trazem chuva e lágrimas, que molham e magoam e nos deixam encarquilhadas, rotas e velhas. sem préstimo, servindo talvez para lavar o chão, uma rodilha encharcada, escrava da limpeza e da alegria de outros… rebaixada para onde o vento a transportou, ferozmente, para o reino da baixa auto-estima.
Talvez não seja um verdadeira depressão-demência, mas um grande desarranjo mental que a manter-se por muito tempo, que é agora uma tristeza sem esperança de voltar a ver a alegria. Um círculo fechado de melancolia e importância. A prisão. Uma prisão de portas abertas donde não se consegue fugir … porque anos de submissão lhe tiraram a força anímica para saber correr, para saber mudar e recomeçar de novo, longe das grilhetas e das ordens amachucantes.
Viver dentro de tristeza permanente e estar numa prisão, da qual até tem a chave mas não quer sair …
Sei de quem falo… É de dar pena!
Mas também, há ventos mais brandos, tempestades que nos trazem esperança e alguma bonança, novo rumo de vida, que nos empurram para a mudança, que pode vir a ser boa ou má, ou ambas as coisas. Contudo sopram no sentido da liberdade possível.
Estes são os ventos que despenteiam mas deixam rastos de alegria, de uma certa anarquia colorida.
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