terça-feira, 23 de abril de 2024

Somos Todos Anjos…


Somos todos anjos de uma só asa…

Mesmo aqueles que se entendem por fortes, que se julgam orgulhosamente não dependentes de nada nem de ninguém, que são resistentes aos “frios” da vida e aos “quentes” das emoções potencialmente perturbadoras, por perigosas na preservação da liberdade individual, mesmo esses estranhos heróis da ausência, são frágeis.

Faz parte da condição humana , vacilar por dentro, duvidar, sofrer … e depois maquilhar de coragem e rigidez, a frágil entranha, para ostentar a pedra preciosa inquebrável, que não somos.

É assim!

Esconde-se a verdade e mostra-se a mentira, por vergonha. 

A verdade, coitadinha, precisa tanto de sol para sair e para florescer em felicidade. Precisa tanto de expor fraquezas, receios e anseios, contar com a solidariedade alheia, em transparência.

A verdade é a nossa fragilidade mais escondida. Precisa de ir à praia, de apanhar vitamina D, de escolher o sol que a leve a voar, sem medo, precisa de aceitar a fragilidade e a incompletude do ser humano que está em solidão ou disfarce.

Somos todos frágeis, somos todos anjos de uma só asa, para crescer precisamos de nos abraçar … e de duas asas para voar.

Um abraço de duas asas, um encaixe de conchinha, um toque luminoso de pele suave que se deslisa, que se entrelaça e que, quando quebra, vai à cola e une as partidas/separadas asas do

amor…

Se todos o entendessem, o Mundo seria muito melhor. 

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Certezas e Incertezas


Certas são as incertezas que me varrem a mente.
 

Certa é a mentira onde mergulhei a minha vida, onde eu mesma me levo ao engano, por vontade e desvelo.


Certa é a angústia e o flagelo.

Mas também a vã esperança de encontrar quem veja, no afecto, alguma beleza.

Pois, com jeito, a única certeza é ter por leito com um manto de frieza.

Que, se deixares, aquecerei com certeza!


Tão certas, tão certas, são estas tristezas… que terei que fazer delas alegria, se desejar que para mim amanhã seja um novo dia. 


Até que não haja mais dias, para inventar alegrias.

Até ao fim, já tão próximo, em que certezas e incertezas se confundem e nos esmagam…

a nós, pobres vermes que não soubemos entender enquanto gente,

O que era o dom da vida e a maravilha da liberdade transparente.