terça-feira, 18 de maio de 2021

Sol de Amigos



Em dia cinzento, fez-se sol!

Os amigos têm este bónus dentro de si, muitas vezes sem o saberem são os transportadores do sol, da alegria dos raios gâma e das ondas beta... do ar de afectos tão necessário à vida.

Hoje fez-se sol... correu um mar de amizade e frescura...

E foi mais um dia, que seria teoricamente chato de tele-trabalho e de quase confinamento, interrompido por breve horas de intervalo ao sol... ou à sombra, já nem lembro.

A memória fixou um momento bom e a noção (tantas vezes esquecida) de que o que importa é viver o presente, um dia de cada vez, sem olhar ao que aí vem, sem ter medo do futuro. 

Curiosamente, pouco me rala o passado, não sou muito de lembrar nem os bons, nem os maus momentos. Não crio depressões retroativas.

Preocupa-me bastante mais o dia de amanhã e o facto de hoje, no presente, não ter um chão. Vivo como se estivesse em viagem, com tudo o que as viagens também têm de bom, a mudança, a surpresa, o conhecimentos...mas também o que as viagens trazem de insegurança, de necessidade de improvisar, de contornar os obstáculos que vão surgindo... e, qual turista, vor andando sem que haja alguém ao meu lado para me ajudar a orientar, quando me perco nessas ruas desconhecidas que a minha vida tem hoje.

Não tenho casa, nem uma envolvente estável de afectos, a família está dispersa, o emprego em phasing out, não há hobbies empolgantes, nem objetivos de vida que me levem a levantar da cama de manhã, com alegria...

Acordo e é apenas mais um dia, com ou sem sol. Hoje foi um dia bom.

Amanhã posso vir a apanhar uma trovoada, tem havida algumas ultimamente e no horizonte dos próximos anos avizinham-se algumas borrascas...

Será que um raio ainda me vai atingir e derrotar de vez?

Ou será que ainda tenho hipóteses de ir atrás de um arco-iris?


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